HERE BE DRAGONS

segunda-feira, junho 26, 2006

O atraso do Windows Vista
Parte 1 - Aperitivo

Eu ia começar a detonar o atraso do Windows (Dói Na) Vista e as falhas estruturais de todas as versões dessa bela (???) obra do conhecimento humano (?!??!??). Não precisei: um cara de dentro da Microsoft já fez isso (veja aqui, em inglês).

Degustem esse aperitivo por enquanto. Se precisarem de ajuda para traduzir, procurem o tio Google ou o primo Altavista Babelfish. Só não esqueçam que a tradução é ruim.

Depois de um tempo voltaremos à carga.

terça-feira, junho 20, 2006

Previsões...

Domingo passado, dia 18 de junho de 2006, Paul McCartney fez 64 anos. O velho Macca descobriu, então, como é a vida após essa idade emblemática.

Em 1966 os Beatles gravaram a música de Paul, When I'm sixty-four (letra aqui), que acabou saindo no estupendo álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, de 1967. A letra fala de uma velhice tranqüila ao lado da pessoa amada, repleta de carinhos, bombons, cartões de dia dos namorados, garrafas de vinho e férias em um chalé na Ilha de Wight - se não for muito caro, é claro, porque o dinheiro é pouco mas na mão do véio rende.

Aos 64 anos, Paul descobriu que é um péssimo bidu. Hoje ele é um dos homens mais ricos da Inglaterra e não precisa ficar contando centavos para poder sair de férias - que não têm que ser na suburbana Ilha de Wight, mas em qualquer lugar do mundo. Ele é também uma das figuras de mais sucesso no mundo da música, ainda hoje. O nome Paul McCartney ainda é sinônimo de sold out em qualquer lugar em que ele vá fazer um show. Foi o único Beatle a ter realmente sucesso após a separação (Lennon teve um sucesso menor porque era "menos acessível" ao grande público e, como se não bastasse, isolou-se do mundo entre 1975 e 1980, com o nascimento de Sean. Em 1980 botou a cabeça pra fora do buraco e levou três tiros. Os outros dois Beatles nunca tiveram sucesso expressivo).

Mas a parte positiva de ter falhado na previsão pára por aí. Ao invés da velhice tranqüila e feliz (embora frugal) Macca está passando por um período pra lá de estressante. Pra começar, o amor da sua vida, Linda Eastman Kodak Desafinada da Silva McCartney, morreu de câncer em 1998. Em 2002 Paulão casou-se com a ex-modelo perneta e defensora de focas Heather Mills, mas desde o começo do ano falam em separação, celebrada (?) em maio último. A imprensa marrom não dá trégua aos dois e deixa o velho com cada vez mais cabelos brancos. Nem o nome dos netos ele acertou - na música eles são Vera, Chuck e Dave.

Dois de seus amigos (eles continuaram se falando depois da ruptura, ao contrário do que a imprensa por aí quer) morreram: John Lennon com três tiros, George Harrison de câncer.

Mesmo rico e com sucesso, a vida de Macca não é um mar de rosas. E, principalmente, não é nada parecida com o que ele previa em sua canção. Absolutamente tudo o que estava na música aconteceu ao contrário. Para bem e para mal.

Mas o que isso tem a ver com TI?

Assim como o ex-Beatle, muita gente se apressa em prever o futuro da informática. As previsões variam desde o otimismo mais cego e exacerbado até o pessimismo catastrófico. Poucas previsões se concretizaram e as que o fizeram se parecem com as das "Mães Videntes" que circulam por aí ("fará sol, mas pode chover também" ou "um grande nome das artes brasileiras vai morrer em 2006").

Quando apresentou o IBM-PC em 1981, a IBM previa que seria dona do mercado por pelo menos uma década. Com a visão embaçada por sua "mania de mainframe", os executivos da IBM apostavam no PC como uma porta de entrada, um atalho que as pequenas empresas iriam traçar para, futuramente, migrar para um computador de porte maior. O PC não era, em si, importante. Importante era seduzir o pequeno comprador a consumir da big blue.

A cegueira da IBM, nesse caso, era total. Ao divulgar as especificações de hardware do PC, permitindo que qualquer um fabricasse um clone sem pagar royaties, a IBM esperava que a plataforma alcançasse sucesso imediato - e, nisso, ela acertou. Mas ela esperava que as pessoas não deixassem de comprar da IBM para adquirir PCs de marcas sem pedigree. Isso não ocorreu: as pessoas preferiam comprar clones, que eram mais baratos que os originais IBM e, em muitos aspectos, melhores.

Um exemplo disso foram os PC de 12 MHz, vindos da Ásia e motorizados com o processador japonês NEC V20 (compatível com o Intel 8088). Os PCs da IBM trabalhavam apenas a 4,77 MHz, quase 4 vezes mais lentos. Outro exemplo foi a rasteira que a Compaq passou na IBM, lançando o primeiro AT-386 em 1986, sendo que a IBM só introduziria 386s em 1987 com os malfadados e incompatíveis PS/2 (que a terra os coma!).

Outro erro da IBM foi ignorar o usuário doméstico, pois previa que apenas as empresas estariam interessadas no PC. O computador com grife IBM era caro e prescindia de muitas das coisas que o usuário doméstico gostaria de ter: cor, som, alta resolução de imagem. Coisas que o Macintosh tinha. Coisas que o Commodore 64, o ZX Spectrum e o MSX (máquinas muito mais atrasadas tecnologicamente que o PC) tinham. Coisas que o Apple II tinha desde 1977!

Os clones de PC passaram a vir com essas coisas. Começaram a aparecer placas de expansão baratas que adicionavam sons e gráficos coloridos ao PC. Jogos como Larry Leisure, Alley Cat, Wolfenstein 3D e Test Drive (aliados ao baixo custo dos clones) passaram a tornar os clones PC uma alternativa interessante para o povo ter em casa.

Se as previsões da IBM não fossem assim tão otimistas ela poderia ter tentado diminuir os custos de produção e investir em pesquisa - duas ações meio estranhas à cultura empresarial da IBM, apontada por muitos como pesada e lenta. Uma boa idéia, o padrão aberto para o PC, poderia ter rendido bons frutos à IBM. Em vez disso, a empresa tentou recuperar o mercado perdido lançando o PS/2 - micros que usavam um barramento de periféricos proprietário e exclusivo, chamado Microchannel Architecture, ou MCA. Obviamente, fracassou.

Erros de decisão provocados por previsões equivocadas do futuro não faltam na história da IBM. Conta-se que a IBM declinou de adquirir direitos sobre a patente da Xerografia, pois não imaginava qual seria a utilidade de se copiar documentos. Já ouvi dizer que a Microsoft foi oferecida à IBM várias vezes.

A Apple também entrou numa espiral descendente após a saída de Steve Jobs em 1985, provocada por previsões por demais otimistas. Nos anos 80, os micros de 8 bits ainda eram fortes concorrentes do Macintosh. O próprio Apple II vendia mais que o Mac. Conta-se que nesse mesmo ano de 1985 Bill Gates mandou um memorando à diretoria da Apple exortando para que se licenciasse a arquitetura do Macintosh. Se vários fabricantes pudessem produzir o pequeno computador, a linha ganharia momento e o Mac seria um sucesso. É óbvio que Gates tinha interesse nisso: a Microsoft nasceu fazendo aplicativos. Quanto mais Macs fossem produzidos e vendidos, mas Word e Excel para Macintosh (ou Works, ou Multiplan, ou qualquer produto Microsoft) seriam vendidos.

A visão dos executivos da Apple era diferente. Para eles, o povo compra Apple e Macintosh por paixão e ninguém precisa ter clones à disposição se vai comprar da "matriz". Por outro lado, eles tiveram dissabores com os clones do Apple II ao redor do mundo. Clones são concorrentes diretos e comem mercado. Por conta de tudo isso, a Apple simplesmente ignorou o memorando de Gates.

Mas o Tio Bill estava certo. O pessoal da Apple não percebeu que é muito melhor ter 20% de um mercado enorme do que 100% de um mercado minúsculo. Por conta disso, hoje amarga uma fatia de mercado total (contando todas as linhas de computadores e sistemas operacionais) de menos de 5%, tendo que brigar dentro dessa fatia com Linux, FreeBSD, Inferno, BeOS, GEM (todos rodando no PC, por sinal). Se contarmos só harwdare (Mac x PC), a participação dos Macs cai para menos de 2%. A Apple só não foi à falência porque começou a vender abajur e radinho de pilha, mas isso já é história pra outro artigo...

É óbvio que Microsoft, Intel, Compaq, Tandy e cia também cometeram seus deslizes baseados em más previsões. Não é preciso, entretanto, discorrer aqui sobre todos eles - já deu pra entendeu, não deu?

Aqui vai o alerta então: cuidado com as previsões. Desde os anos 70 eu escuto várias delas:
- "Computador não é coisa pra se ter em casa"
- "A reserva de mercado vai tornar a indústria nacional mais atualizada e competitiva"
- "Sempre haverá mercado para o MSX"
- "Linux fácil para as pessoas daqui a 3 anos"
- "A Apple vai parar de fabricar Macs e passar a vender PCs de luxo com Windows"
- "A AMD vai suplantar a Intel no mercado de processadores para PCs"
- "A próxima versão do Windows/Word/Excel está sendo reescrita do zero com atenção especial à segurança"

Até hoje não vi nada disso.

Voltando ao velho Macca, teve outra coisa boa (além de sua fortuna de US$ 1,5 bi) em seus 64 anos, o contrário do que ele previu na música: não perdeu cabelo algum...



(Agradecimentos ao Guia do Hardware pelo link do abajur.)

terça-feira, junho 13, 2006

Linux no Desktop e outras mezinhas...

Por mais que eu tente, não consigo compreender. Ninguém consegue enxergar com clareza o que acontece à sua volta. Cada um puxa a sardinha pro seu lado e quem sai perdendo é o consumidor/usuário, que fica sem entender porra nenhuma.

A revista Computerworld publicou ontem uma notícia informando que o BNDES vai cortar o financiamento das empresas que venderem o PC para Todos com dupla inicialização ("dual boot"), dando ao usuário a possibilidade de usar o computador tanto com o Linux quanto com o Windows (no caso, o Starter Edition - sim, aquele que se você estiver no Word ao mesmo tempo em que ouve uma musiquinha no Media Player e trata uma foto no Photoshop não deixa você abrir a calculadora pra fazer uma continha. Só três programas podem ser abertos ao mesmo tempo...).

Em outra pesquisa, a Positivo Informática revelou que, depois de 3 meses, 75% dos que compraram a sua versão de PC para Todos instalaram o Windows por cima do Linux.

Eu não vou entrar no mérito dessa discussão - afinal, já tem gente fazendo isso (o Brain, do BR-Linux, por exemplo). Se o Governo quer ou não salvar sua estratégia Linux, se ela é equivocada ou não - isso eu deixo para os analistas de mercado.

Mas quero abrir um parêntese nessa discussão para abordar um assunto mais geral, aquela pergunta de sempre: para o grande público, o Linux no Desktop está pronto? Dá pra usar?

Antes de mais nada, um aviso: eu sou usuário de Linux, uso (e recomendo) desde 1996. Tanto em casa como no trabalho uso Linux como sistema operacional para meu dia-a-dia (desenvolvimento, tarefas de escritório, edição de vídeo, entretenimento... a lista é grande). Aliás, o Linux é meu ganha-pão. Ninguém pode, portanto, me acusar de não saber do que estou falando.

Mas respondendo à pergunta sobre Linux no Desktop: se eu disser que SIM, dá pra usar, estaria faltando com a verdade. O Linux e o software livre em geral já conseguiram verdadeiramente cobrir uns 80% das necessidades dos usuários. Só que os 20% que faltam (segundo a "comunidade", meros "detalhes") são um pé no saco. Incomodam, irritam, dão muito mais trabalho e até mesmo impedem o uso, em casos extremos.

Não vejo nenhum problema em migrar, nas empresas, as estações de trabalho para Linux - para as necessidades corporativas, o Linux excede qualquer outro sistema em termos de custo, segurança, manutenção e mesmo usabilidade. Há clientes meus que migraram 100% de seu parque e estão satisfeitíssimos. Chegaram mesmo a encerrar contas em bancos cujo Internet Banking depende do Internet Explorer - afinal, essa é uma deficiência do banco, não do Linux.

Mas as empresas costumam ter um departamento de suporte ao usuário para resolver qualquer problema que possa ocorrer. No meio de todos os problemas técnicos sempre há aquele usuário que estava acostumado a "salvar no uôrd" e agora tem que usar o OpenWriter. Bem ou mal, o açúcar acaba assentando no açucareiro e no fim de 3 ou 6 meses tudo volta ao normal.

Para as pessoas em casa a coisa não é bem assim. Há problemas de usabilidade e compatibilidade que AINDA precisam ser resolvidos. E são problemas que impedem o usuário comum de ter uma boa experiência com o Pingüim.

Se você é um usuário e amante do Linux (como, aliás, eu sou também) vai dizer que muita coisa não é culpa do Linux ou do software livre, mas dos fabricantes de hardware ou de codecs que não abrem as especificações bla bla bla. Bem, acompanhe meu reciocínio por um pouco. Você verá que nem tudo é culpa dos outros e mesmo o que alegadamente é culpa dos fabricantes de hardware mostra algumas das fraquezas da "comunidade" do software livre.

Vamos lá.

Por mais que as usabilidade das interfaces gráficas do Linux (leia-se KDE, Gnome e XFCE) esteja melhorando a olhos vistos, certas coisas ainda precisam ser feitas na linha de comando.

Os usuários avançados não têm problema nenhum em abrir um terminal e dar um comandinho de vez em quando. Mas para o usuário final não é assim - os comandos não são nada transparentes (no news is good news) e é possível que ele sequer saiba onde está o terminal. Mesmo que o encontre, o bash é um mundo novo, e a grande vantagem da interface gráfica é "já tá tudo na tela, não preciso ficar lembrando de comando algum".

Há também as "pequenas grandes" diferenças entre cada distribuição e mesmo entre um ambiente gráfico e outro. Deveria haver uma maior integração e mais padronização em todo o sistema desktop movido a Linux para que o usuário possa ficar mais à vontade. A pŕopria idéia de "ambiente gráfico" e "distribuição" é confusa pro usuário final.

Há alguns detalhes de implementação que parecem que são feitos só pra confundir o usuário novato. Exemplos? Vários.

Primeiro exemplo: montar e desmontar disquetes. Já está melhor do que sempre esteve. Mas, ainda assim, não está bom. Comparando com o Windows, esse pequeno exemplo mostra bem a proverbial falta de cuidado com que os desenvolvedores da "comunidade" tratam o usuário leigo.

No Windows, você põe um diquete no drive e vai no Meu Computador. Lá chegando, tem um ícone com um disquetinho e uma legenda embaixo escrito Drive de Disquete (A:). Talvez o "A:" pareça críptico para o usuário, mas ele saberá que, com toda certeza, é ali que ele tem que ir para "entrar no disquete".

Com dois cliques abre-se uma janela com o conteúdo do disquete. Para gravar coisas lá basta arrastar ali para dentro. Para pegar coisas lá de dentro, basta arrastar pra fora. A gravação das coisas é feita no momento em que você solta o ícone. O usuário sabe que basta esperar "a luzinha apagar" pra poder tirar o disquete.

Sem contar que ele tem acesso ao disquete de dentro do "salvar como" dos aplicativos. Já nas soluções livres...

No Linux, cada ambiente gráfico tem um jeito diferente de tratar isso. No KDE, por exemplo, você pode ir em um ícone chamado, também, de Meu Computador - isso, claro, se a distribuição que você escolher possuir esse ícone. Abre-se uma janela com 4 ícones, mas nenhum dele é o ícone do disquete. Na barra de endereços não aparece escrito "Meu Computador", como era de se esperar - afinal, eu cliquei num ícone chamado "Meu Computador", não foi?. Em vez disso, é mostrado um indecifrável system:/.

Se o usuário for a sua avó, ela já desistiu faz tempo. Se for um caboclo fuçador, ele vai fuçando até descobrir que o ícone Mídia de Armazenamento (quem teve a idéia desse nome deveria ir estudar a interface do Mac OS...) leva a uma outra janela. Lá tem, entre outros ícones de nomes indecifráveis (há um que se chama simplesmente "/", um outro se chama "Mídia 20G", o que quer que isso queira dizer...) tem lá a tal da Unidade de Disquete.

Dois cliques no disquete e ele "abre". Além de demorar MUITO MAIS para abrir do que no Windows, uma mensagemme informa que "/dev/fd0 está sendo montado em /media/fd0". Que diabos é essa merda? Montado? Mas eu coloquei o disquete inteirinho lá dentro, porra! Na barra de endereços, o usuário é agraciado com outra localização deveras esclarecedora: system:/media/fd0. Sim, claro, óbvio que isso aí é o disquete. Tá na cara...

Bom, agora eu vou arrastar coisas pra dentro do disquete. Nossa, foi bem rápido, não? Nem piscou "a luzinha do dráive". Que maravilha! Bom, o usuário é levado a pensar que está tudo ok e retira o disquete. Resultado: além de nada ter sido realmente gravado no disquete (porque ele precisaria ter sido desmontado manualmente), sua retirada causa uma instabilidade tão grande no Konqueror que, em alguns casos, o KDE precisa ser reiniciado.

Voltando ao "Meu Computador". No Windows, basta clicar em "Meu Computador" e temos lá todos os drives da máquina, com nomes fáceis que o usuário leigo pode entender ou, ao menos, inferir. Se eu quero ver o conteúdo de um CD eu clico em Drive de CD.

Tanto o KDE e como o Gnome têm coisas semelhantes. Só que no Windows vai estar escrito "Drive de CD". No KDE vai estar assim ó: system:/hdd.

PÔ MEU! DÁ UM TEMPO!

Sei que vou receber centenas de contra-argumentos a respeito disso. Vou ser xingado até a quinta geração. Algumas pessoas vão até me dizer que isso é configurável. Mas é exatamente nesse ponto que vem a minha bronca:

É CONFIGURÁVEL? MAS ENTÃO POR QUE AS DISTRIBUIÇÕES NÃO CONFIGURAM ISSO JÁ DE FÁBRICA, _________ (ponha seu palavrão preferido aqui)?

Antes que o pessoal do Gnome e do XFCE comece a tirar sarro, com vocês não é muito melhor não!

E nem insinuem a palavra aculturação! Para muitas situações isso é verdade, o usuário se bate porque está acostumado com "o jeito Windows" de fazer as coisas. Mas em outras situações (que são, infelizmente, a maioria) não é questão de jeito não. A interação do sistema com o usuário é falha, deficiente e confusa.

Tem ainda muita coisa da qual não falei aqui - o kernel monolítico, por exemplo, que é outro pé no saco. Ou a falta de padrão entre as distribuições, o que dificulta (impede?) a difusão do Linux como plataforma, pois na verdade ele está fragmentado em diversas implementações semicompatíveis.

(Eu é que sei, cada vez que preciso do rc.local no Debian...)

Vou abordar isso tudo em outras oportunidades, pois este artigo já está ficando grande demais e difícil de ler.

O que me trinca os bagos é saber que toda a tecnologia necessária pra tornar o Linux e o software livre um sucesso no seio dos usuários domésticos já está disponível. O que está faltando é uma única coisa: que os desenvolvedores parem de ser vagabundos e preguiçosos, parem de olhar só para seus próprios umbigos, parem de coçar o saco e comecem a pensar no usuário.

A "comunidade" de software livre meteu na cabeça que só precisa de programadores. Ledo engano. Precisamos de profissionais de ergonomia, precisamos de marketeiros, precisamos de testadores de usabilidade, precisamos de lobbysta, precisamos de políticos - e, principalmente, precisamos que a "comunidade" deixe de ser arrogante e presunçosa e reconheça que tem falhas estruturais que precisam ser sanadas. Falhas que não tem nada a ver com excelência de software, mas com diversidade de recursos humanos.

O usuário comum quer um produto acabado. Um produto que funcione. Não um produto que não está pronto nunca. E, infelizmente, o software livre é, por definição, um eterno "beta" (release early, release often). Até isso mudar, a Microsoft vai contiunuar empurrando o Starter Edition goela abaixo dos fabricantes nacionais de hardware - especialmente do PC para Todos.

quinta-feira, junho 01, 2006

Cansado? Eu também!

A tecnologia da informação não é o que você esperava? A empresa da qual você era seguidor lhe decepcionou? Cansou de colaborar para uma revolução do software livre que nunca veio? Acordou com 30 anos e descobriu que perdeu as noites de sua adolescência e juventude programando para a locupleção de outrem? Este blog é pra você. Vamos, juntos, rasgar a cortina para que o público veja a imundice por detrás do palco.

Bem vindo aos domínios de Darth Bates.
Juntos traremos paz à galáxia.