HERE BE DRAGONS

sábado, julho 19, 2008

Ajude o Padre Adelir a ganhar alguma coisa

No Império não costumamos fazer tietagem. Muito menos usar uma linguagem, digamos, "didática" por aqui. Mas nos é impossível deixar de mencionar e mesmo torcer pelo Padre Adelir, legítimo merecedor de levar o Darwin Awards deste ano.

Para quem não conhece (alguém não conhece?) o Darwin Awards é um prêmio dado àqueles indivíduos que fazem um grande favor à evolução da espécie, suprimindo-se a si mesmos sozinhos sem mestre e removendo do genoma humano sua semente ruim.

Então nós de toda a cúpula do Império ordenamos: vote no Pároco Voador. Visite a página do Padre Adelir no Darwin Awards. Leia toda a apresentação e, no rodapé da página, clique na nota 10 e depois em Vote on this Darwin Awards.

Desculpem as instruções "para imbecis", mas o Vigário Alado merece os votos também deles. Aliás, principalmente deles. Esperamos que, depois de votar, todos sigam seu exemplo.
Vote e divulgue!

O Padre Adelir é muito mais importante que o Cristo Redentor.



VOTE!

sábado, maio 17, 2008

Crunchy Frog - mas não deveria ser KDE 4 Beta?

Há uma esquete bastante conhecida do Monty Python's Flying Circus chamada Crunchy Frog. Nela, dois policiais do Esquadrão de Higiene da polícia de Londres visitam uma fábrica de chocolates para confirmar denúncias a respeito dos doces lá produzidos. Segue-se um longo e hilário diálogo sobre a caixa de bombons Whizzo Quality Assortment. Por exemplo, discute-se os ingredientes de um bombom chamado Spring Surprise (sendo que spring pode ser traduzido tanto como primavera quanto como mola). O consumidor vai comer tal iguaria, pensando que sentirá algum aroma ou sabor delicado e acaba com ambas as bochechas perfuradas por um par de molas que se expandem violentamente depois que o chocolate derrete. Outro bombom leva em sua receita vômito de cotovia. Todos os nomes dos bombons e informações da caixa são escritos com uma tremenda má fé e levam o consumidor a pensar que a caixa é fabricada com ingredientes mais convencionais e não sapo cru com osso, abraçadinho de barata, suflê de antraz ou bexiga de bode.

Bom, o KDE 4 foi lançado. Faz tempo até. Estamos na versão 4.0.4 (codinome FILÉ NÃO ENCONTRADO) e já estão inclusive trabalhando no 4.1. Depois de meses olhando o bicho meio torto, resolvi brincar com ele. Resultado? DECEPÇÃO!

First there is the cherry fondue. Now this is extremely nasty, but we can't prosecute you for that. Antes que os Freetards reclamem - é, roubei o termo do Cardoso, sim -, eu sei que o maldito 4.0 é para "brave users" e não para o populacho! Mesmo assim, minhas reclamações são pertinentes.

Next we have number four, 'crunchy frog'. Am I right in thinking there's a real frog in that? Não, meus caros, não estou decepcionado com o visual ou com os recursos. Achei até bem bacanas. O que estou decepcionado é que a numeração de versões adotada pelo projeto dá a impressão ao incauto de que o KDE 4 está pronto. E NÃO ESTÁ. Is it cooked? No! Há bugs ainda, muitos, abundantes, chatos. What, a raw frog? Mais chato ainda é o fato de que muitos aplicativos do KDE 3 ainda não foram portados. Aplicativos importantes, como o KMail e o amaroK, estão longe de entrarem no galho 4.0 e provavelmente nem no 4.1.

Vejam isso - nenhuma indicação de que o KDE 4.0.3 (que na verdade era o 4.0.4) não é uma versão, digamos, "de produção":



O pessoal do projeto KDE pode falar à vontade que usa apenas as mais finas pererecas-mirins selecionadas à mão no Iraque, lavadas com água Perrier, abatidas graciosamente e depois seladas em um suculento chocolate suíço feito com o mais puro creme de leite, não sem antes serem caramelizadas com glucose.

That's as maybe, but it's still a frog!
Gente, isso é um absurdo. E não sou só eu que acho isso. Não há problema nenhum em soltar versões beta com funcionalidade reduzida, com bugs e tal. Mas não lança como sendo produto pronto, por favor! Isso afasta novos usuários. E o pior é que, quando perguntados a respeito, os desenvolvedores do KDE nos olham de cima a baixo e dizem "mas é isso mesmo, fizemos assim de propósito". Pra quê, só pra sacanear?

- Well don't you even take the bones out?

- If we took the bones out it wouldn't be crunchy would it?


Tá, tudo bem, na Central de Notícias do KDE está dito que é só para os "brave users". Mas e daí? Quem é que lê aquela bosta? Ninguém, a não ser desenvolvedores e nerds de plantão. No site oficial do KDE - esse sim, talvez, seja lido por usuários comuns - tem lá um anúncio do KDE 4.0.4 louvando suas qualidades. MAS NENHUMA PALAVRA AVISANDO QUE É UMA VERSÃO INUSÁVEL POR QUEM NÃO É NERD. Ou seja, má fé. Cadê a indicação, no próprio site, ou no repositório, ou no local de download, ou - o que seria mais coerente - no próprio número de versão da coisa, de que o produto não é para os fracos? Isso deveris ser bem visível na hora que o pobre usuário vai instalar ou usar. Onde está? Não tem. Em minha nada humilde opinião, deveria haver um grande cartaz vermelho escrito WARNING: LARK'S VOMIT para alertar os incautos de que aquilo ali é perigoso. Afinal, ninguém quer ter as bochechas atravessadas por molas pontiagudas, não é mesmo?

É claro que há bugs chatos e outras coisas que nem são bugs mas incomodam pra cascalho - como o fato de transformarem os ícones da área de trabalho naqueles horrorosos e inúteis Widgets - é muito fácil apagar um Widget, é só clicar acidentalmente no X vermelho. E eles não vão para a lixeira. Bobeou, dançou!



Eu poderia ficar a noite toda falando das mazelas, do menu iniciar HORROROSO, da porcaria que é o Dolphin, da imbecilidade que é ter que usar o amaroK do KDE 3 porque o do KDE 4 existe mas não toca... Mas não, eu vou é sair daqui antes que passe mais raiva, desinstalar essa merda e voltar pro meu KDE 3.5 que lá eu sou feliz.

Feliz mesmo com um bug do KMail que, claro, trava tudo e não me deixa trabalhar mas que o pessoal do Bugzilla vai catalogar como WON'T FIX - WORKS FOR ME e deixar o usuário na mão - como SEMPRE fazem porque desenvolvedor de Software Livre é tudo vagabundo arrogante, mesmo - cambada de ímpio. Mas isso é outra história e eu já tou com vontade de mandar todo mundo tomar no... deixa pra lá, não vou falar porque depois quem não tem o que fazer vem me trincar as bol.. as idéias: "olha, não use tantos adjetivos coloridos porque isso não te dá credibilidade". Orra, que mané credibilidade? Eu sou um cara que se veste de preto, põe um penico na cabeça e brinca de mestre Sith com um cabo de vassoura pintado com tinta fosforecente. Se quer credibilidade vá ler o BR-Linux e não me encha o saco.


Adendo: quem quiser assistir à esquete do Monty Python, recomendo a versão do Hollywood Bowl - o Graham Chapman conseguiu ser muito melhor que o John Clesse nesse papel específico. Por uma questão histórica, confira também a versão original e o script completo, caso seu inglês não seja lá essas coisas.


Update em 18.mai.2008: o Almirante Kee definiu bem a situação. "É um exemplo de como NÃO executar um projeto iterativo. Eles têm desculpa pra fazer isso, porque individualmente os programas do KDE 4 liberados passaram da fase do beta e estão em versão estável. Mas o sistema como um todo, enquanto ambiente de trabalho, entidade única, está incompleto. Eles fizeram a coisa de caso pensado pra ter o bicho na rua logo. Mesmo que não esteja completo. O resultado está aí. Podem ver que nenhuma distribuição adotou o KDE 4, mesmo já estando na versão 4.0.4. Bem diferente do que aconteceu com o KDE 3 - todas as grandes distribuições adotaram o KDE 3 antes mesmo de ele sair da fase Beta. Agora o KDE 4 já está na versão 4.0.4 e parece a Estrela da Morte - já no espaço destruindo o planeta dos outros, mesmo estando ainda em construção."

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Campus Hassle 2008

É, Darth Bates também está na Campus Party. Entrei escondido sob uma credencial com outro nome. Pensei que estava sendo muito esperto fazendo isso, mas eis que a maioria dos jornalistas e blogueiros presentes (vou fazer a diferenciação só hoje, tá?) também estava com credenciais trocadas ou em branco. Por conta da "organização" do evento, a maioria das credenciais estava em branco. Fui orientado a pegar a minha, com meu nome e os selinhos que me garantem acesso, no outro dia. Como se Darth Bates possuisse uma credencial válida... Mas isso é outra história.

Todos os veículos vão descrever a confusão inicial na abertura dos portões às 12 horas, a divisão das barracas, a cizânia entre "organização" e "campuseiros" a respeito de quem fica com as barracas no fim do período feliz. Mas Darth Bates não vai se preocupar com essas coisas mundanas. Nããão. Darth Bates vai fazer o que sabe melhor. Então vamos começar a reclamar, que é só o que Darth Bates sabe fazer. O texto está malamarrado e malescrito porque Darth Bates ficou sem pacênça. São 3h da manhã e eu sequer almocei.

Em primeiro lugar, quem foi o retardado que escolheu esse nome, "campuseiro", pro pessoal que está acampando? Em qualquer lugar do Brasil, em qualquer dicionário, a palavra é campista. "Campuseiro" tá me parecendo mais que algum dos ilustres "membros da comissão de organização" traduziu bem nas coxas o termo espanhol da coisa. Ou, se não foi um deles, deve ter sido um dos voluntários "a la FISL".

A sala de imprensa é um aquário de vidro bem no meio do segundo andar da bienal (ah, sim, esqueci de dizer, é na Bienal, no parque do Ibirapuera em São Paulo). Foi batizada pelo evento de CampusMedia, embora quem estivesse lá dentro trabalhando chame o negócio de "estufa". Dentro, uma infra-estrutura com backbone de 5 GB, cortezia Telefônica, cabos gigabit ethernet, algumas escrivaninhas feias e cadeiras desconfortáveis. A maioria dos jornalistas possuía seu próprio laptop, mas há PCs de mesa com Ubuntu Linux.

Vocês poderiam achar que eu iria reclamar do maldito Ubuntu. Nada disso. Pelo contrário. Em minha humilde opinião, a "organização" do evento fez a coisa certa economizando dinheiro e colocando à disposição do pessoal da pena
estações de trabalho já bem configuradnhas e seguras. O Ubuntu dá conta do recado e até sobra. Para web e edição de texto, perfeito.

O que realmente me deixou puto foi não poder trabalhar na tal sala porque os energúmenos da "organização" perderam a minha inscrição e, portanto, não havia escrivaninha para mim. Magavilha, nao?

Mas, como disse o um dos "organizadores", "prum primeiro evento, o resultado está bom e mostra o quanto estamos tendo sucesso. Os problemas são resultado do nosso sucesso". Claaaro.

A cerejinha no pudim veio logo à noite. Às 21h deveria haver um coquetel que, segundo ainda um dos "organizadres", era aberto à imprensa. Na verdade, acontecia no próprio "lounge" de imprensa, um lugar alternativo que montaram para os que não conseguiram ficar no aquário. Só que, depois que toda a renca do pessoal de imprensa já estava lá no tal "lounge", veio um mané qualquer "que cuida lá" e mandou todo mundo embora, porque a festa iria ser VIP.

A gente não estava lá pra festa, e sim pra trabalhar. Festa é bom , claro, mas não vou ficar chorando por causa do coquetel em si. Mas foder com a imprensa é um tiro no pé: além de desagradar a quem você deveria mimar pra falar bem do evento, ainda mostra que a incompetência abunda pela aí na "organização".

Se quiser saber que merda é essa que eu estou falando, pelas palavras do inimigo, clique aqui.

Ouvido num dos corredores da Estrela da Morte...

... logo após o anúncio do Macbook Air, há algumas semanas:

"Ah, eu entro na fila pra chupar o pau do Steve Jobs."

sábado, fevereiro 09, 2008

E o Yahoo! fez um muxoxo...



Sabe no que deu a aquisição do Yahoo! pela Microsoft?
Em nada!

Foi mais ou menos algo do tipo:
"Ei, Microsoft, a gente já acreditava na Internet na época em que o Tio Bill dizia que seria uma moda passageira*.
Valemos muito mais do que essa mixaria aí!"

Ao ler a notícia, o Major Kee me disse: "cara, eu acho que no dia que o Yahoo! aceitar uma proposta de compra da MS, eles perdem 4/3 (a proporção não está errada) da equipe. O Google vai receber vários programadores com ótimas idéias de braços abertos."

Grato ao The Seattle Times pelos links e à agência EFE pela foto inspiradora.

Update: A Folha informa que na segunda dia 11.fev.2007 o Yahoo! tornou pública e oficial a humilhação da Microsoft. Como resposta (segundo o Financial Times, também via Folha), Steve Ballmer e asseclas não aceitarão um
não como resposta e irão pressionar diretamente os acionistas, na reunião do conselho do Yahoo! em junho. Ao que parece, já contrataram negociadores (eu linguagem franca, lobbystas) pra isso. Balmer chegou a declarar, na carta em que fez a proposta pelo Yahoo!, que a Microsoft "se reserva o direito de tomar todos os passos necessários" para concluir a negociação. Não cheira a coação da grossa? É, parece que todo mundo por lá é bonzinho ...




* Para quem não conhece a história, em 1995 Bill Gates co-escreveu um livro chamado "The Road Ahead" (algo como "A Estrada para o Futuro" - havia um nome em português mas eu não lembro qual seja). Nesse livro, Gates dizia que a Internet era uma porcaria e que todo mundo ia discar mesmo era para o então chamado Projeto Marvel, batizado logo depois de
The Microsoft Network (MSN - é daí que vem a sigla, usada até hoje), que seria um tipo de "Internet particular da Microsoft". Não se pode dizer que até hoje Gates seja zoado por essa afirmação (o povo esquece muito fácil das coisas) mas, na época, todas as piadinhas nos corredores e salas de café do pessoal de TI tinham o Tíu Bíu como alvo.


quarta-feira, janeiro 02, 2008

Mais uma em defesa da exclusão digital

Para os que vivem me criticando por eu combater a tal "inclusão digital", aí vai mais um exemplo, entre tantos que abundam na Internê dos ricos.

Estava eu num supermercado de São Paulo (tá, admito, era o Extra da Brigadeiro) e notei que eles já estão vendendo Macs, sejam MacBooks, sejam iMacs (não vi o Mini por lá) em trocentas vezes, para o povão.

Pode parecer legal, né? Já era hora, né? Continue lendo.

Eu estava mexendo num iMac quando alguém do povão veio e me perguntou (ou melhor, disparou):

" Nossa, que bonito branquinho assim né?
Mas parece meio vagabundo. E essa marca aí eu não conheço.
Essa maçã aí."

Eu já estava até formatando mentalmente a postagem aqui no blog quando ele arrematou:

" Mas ele roda Linúcz, né?
é diferente do Uíndos que é melhor.
Dá pra instalar Uíndos nele?
Senão, não presta.
Meu primo falou que não funciona uebi cã com Línucz"

Ele começou a falar que o primo dele comprou um computador Kennex com Linux mas chamou um mano chegado pra instalar o Windows pirata e tal, mas eu saí de perto.

Ninguém é obrigado a saber nada de nada, mas um pouco de prudência e senso de ridículo não fazem mal, qualquer que seja a renda mensal - e MESMO que essa renda venha do Bolsa Família.

Da série: "me caguei todo"

Ah, esse Schummi...

http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u353814.shtml

"Maravilhas" da Wikipédia

Nem para as fotos históricas eles dispensam o devido tratamento. Esta aqui, sem contexto, parece três efeminados russos posando para uma foto sem culpa.

Quer contexto? Toma!